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Século XVI. Ivan IV, arquiduque de Moscovo, assume o poder na Rússia declarando-se Czar. Casa-se com Anastasia e planeia desde logo ataques para retomar os territórios perdidos. Durante a primeira parte do seu reinado, enfrenta a traição por parte da aristocracia, ao mesmo tempo que procura unir o povo russo. Nova colaboração entre Eisenstein e Prokofiev depois de "Alexandre Nevski", o centro de "Ivan Grozny" é a luta pelo poder (e a sua mais difícil manutenção) por Ivan IV, unificador da Rússia. Prémio Lenine, a primeira parte, a segunda seria proibida, entendida como foi como um retrato de Estaline, o que provocou a queda em desgraça de Eisenstein.
Serguei Eisenstein é “o” cineasta da revolução soviética e, no imaginário colectivo, as imagens
dos seus filmes sobrepõem-se às fotografias de arquivo. As duas experiências essenciais à sua
formação são a leitura de Freud e o facto de ter conhecido Meyerhold. Apaixonado pela arte,
participa nos movimentos de vanguarda, desenha cenários e faz as primeiras encenações teatrais
nos anos 20. Ao passar para o Cinema, a sua ambição é educar as massas através do filme, criar
a psicologia colectiva do “homem novo”. A montagem está no âmago da sua escrita
cinematográfica. A última sequência do seu primeiro filme, “A Greve”, sobre a revolução
fracassada de 1905, mostra, em paralelo, um massacre de bovinos e os operários a serem mortos
pela polícia. Um ano depois, realiza “O Couraçado Potemkin”, um enorme êxito internacional que
continua a ser um clássico absoluto da sétima arte. Em 1929, para os Estados Unidos e filma
“Que Viva México!”, uma história do México desde os primeiros deuses de pedra. O seu regresso
à URSS estalinista dos anos 30 é doloroso; só pode exercer a sua arte sob pressão do comando e
da censura. Os seus dois últimos filmes são alegorias inspiradas na história da Rússia: do
Príncipe Nevsky sobre os cavaleiros teutónicos do século XIII; “Ivan, o Terrível”, em que o czar é a
metáfora de Estaline, é um hino à nação russa então em guerra e, acima de tudo, ao seu líder.
Eisenstein foi comunista? Talvez mais um marxista sincero, no sentido em que acreditava na
infinita vivacidade do povo.
Stéphane Bouquet, ex-redactor dos Cahiers du Cinèma