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PROGRAMAÇÃO: Setembro 2016
Sala de exibições
Pequeno auditório
Casa das Artes de V. N. de Famalicão
Parque de Sinçães - V. N. de Famalicão

Sinopse
Neste mundo as regras são simples: nenhum adulto pode estar solteiro mais do que 45
dias. Assim, de cada vez que alguém perde um parceiro – seja por divórcio ou viuvez –, é levado
para um hotel especial para que volte a encontrar um par. Caso não seja bem-sucedido, é
transformado num animal previamente escolhido por si e levado para uma floresta. Depois de ser
abandonado pela mulher, que o trocou por outro homem, David chega ao hotel com o seu irmão,
recentemente transformado em cão. Quando percebe que não há maneira de achar quem se
interesse por si e que em breve será transformado em lagosta (o animal que escolheu), decide
escapar para a floresta, onde vai deparar-se com outros fora-da-lei que, tal como ele, continuam
solteiros e que querem manter a sua identidade humana. Ali vai conhecer uma mulher especial
que lhe mostrará o caminho do verdadeiro amor...
Vencedor do Prémio do Júri no Festival de Cinema de Cannes, "A Lagosta" marca a estreia em língua inglesa do realizador Yorgos Lanthimos, anteriormente distinguido pelo filme "Canino" (2009), vencedor do prémio Un Certain Regard no festival de Cannes e do Grande Prémio do Estoril Film Festival, e nomeado para o Óscar de Melhor Filme Estrangeiro. O elenco internacional conta com os actores Colin Farrell, Rachel Weisz, John C. Reilly, Léa Seydoux, Jessica Barden, Olivia Colman, Angeliki Papoulia e Ashley Jensen, entre outros.
Ficha Técnica
Título original: The Lobster (EUA/Grã-Bretanha/Irlanda/Grécia/Holanda/França, 2015, 118 min.) Realização: Yorgos Lanthimos
Interpretação: Colin Farrell, Rachel Weisz, Jessica Barden
Argumento: Yorgos Lanthimos, Efthymis Filippou
Fotografia: Thimios Bakatakis
Montagem: Yorgos Mavropsaridis
Classificação: M/16
Estreia: 19 de Maio de 2016
Distribuição: NOS Audiovisuais
Lanthimos permite ao espectador instalar-se no seu universo surreal
Jorge Mourinha, Público de 25 de Maio de 2016
Lanthimos sabe usar a seu favor o elenco de luxo que reuniu para este seu primeiro filme em inglês, e permite ao espectador instalar-se no seu universo estranho e surreal.
Dentro desta “nova vaga” do cinema grego, confessamos preferir a Athina Rachel Tsangari de Attenberg e Chevalier aos abstractos opacos de Yorgos Lanthimos, cujo Canino (2009) deu contudo o “tiro de partida” para a visibilidade internacional da produção helénica. Dito isto, o absurdismo hiper-controlado e misteriosamente tocante de A Lagosta apanhou-nos de surpresa, em grande parte devido à lógica surreal, levada a um extremo de coerência, da sua distopia retro, que remete para a ficção científica pós-apocalíptica do cinema dos anos 1970 (algures entre À Beira do Fim e o THX-1138 de Lucas).
História de um homem normal entalado entre a espada e a parede num futuro orwelliano onde as relações sentimentais são rigidamente controladas, e da sua descoberta do amor como libertação e prisão em simultâneo, A Lagosta mexe-se sempre na corda bamba entre a tese e a antítese, entre a teoria e a prática. Mas Lanthimos sabe usar a seu favor o elenco de luxo que reuniu para este seu primeiro filme em inglês, e evita a rigidez programática da alegoria através da paciência com que permite ao espectador instalar-se no seu universo estranho e surreal.
