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PROGRAMAÇÃO: JUNHO 2014
            Sala de exibições
            Pequeno auditório
            
            Casa das Artes de V. N. de Famalicão
            
            Parque de Sinçães - V. N. de Famalicão
          
 
          EU E TU de Bernardo Bertolucci
Sinopse
   Lorenzo (Jacopo Elm Antinori), de 14 anos, é um jovem tímido e anti-social que, apesar
disso, se recusa a cumprir uma existência banal. Do que mais gosta é ler e ouvir música. A sua
maior ambição é viver só, sem conflitos, ruído ou qualquer tipo de interferência. Para isso, durante
uma semana de férias, diz aos pais que vai esquiar com um grupo de amigos e resolve esconder-
se na cave da sua casa. Mas tudo muda quando Olivia (Chá Falco), uma prima afastada, chega
para uma visita inesperada. Conhecê-la vai alterar radicalmente a maneira como Lorenzo vê a
vida. Olivia torna-se assim a sua melhor amiga e confidente, que lhe ensinará tudo o que ele
nunca aprendeu sobre o mundo ou sobre como sobreviver nele...
Lorenzo (Jacopo Elm Antinori), de 14 anos, é um jovem tímido e anti-social que, apesar
disso, se recusa a cumprir uma existência banal. Do que mais gosta é ler e ouvir música. A sua
maior ambição é viver só, sem conflitos, ruído ou qualquer tipo de interferência. Para isso, durante
uma semana de férias, diz aos pais que vai esquiar com um grupo de amigos e resolve esconder-
se na cave da sua casa. Mas tudo muda quando Olivia (Chá Falco), uma prima afastada, chega
para uma visita inesperada. Conhecê-la vai alterar radicalmente a maneira como Lorenzo vê a
vida. Olivia torna-se assim a sua melhor amiga e confidente, que lhe ensinará tudo o que ele
nunca aprendeu sobre o mundo ou sobre como sobreviver nele...
Depois de "Os Sonhadores", em 2003, "Eu e Tu" marca o regresso à realização do veterano Bernardo Bertolucci ("O Último Tango em Paris", "O Último Imperador", "Um Chá no Deserto"). A história inspira-se na obra homónima escrita, em 2010, pelo italiano Niccolò Ammaniti.
Ficha Técnica
  Título original: Io e te (Itália, 2012, 103 min)
  
  Realização: Bernardo Bertolucci
  
  Interpretação: Tea Falco, Jacopo Olmo Antinori, Sonia Bergamasco, Veronica Lazar
  
  Argumento: Bernardo Bertolucci, Niccolò Ammaniti, Umberto Contarello, Francesca Marciano
  
  Fotografia: Fabio Cianchetti
  
  Música: Franco Piersanti
  
  Montagem: Jacopo Quadri
  
  Estreia: 3 de Outubro de 2013
  
  Distribuição: Leopardo Filmes
  
  Classificação: M/12
  
Críticas
  Que jovens? E que famílias?
  
  
  João Lopes, Cinemax
Cineasta com uma obra que se desenvolve ao longo de meio século, o italiano Bernardo Bertolucci nunca deixou de lidar com os dramas mais íntimos da juventude: assim volta a acontecer no admirável "Eu e Tu", estreado em Cannes/2012.
Há uma obsessão central no cinema de Bernardo Bertolucci. Tem a ver com a juventude e poderemos, talvez, resumi-la numa pergunta: como é que os jovens refazem, ou renegam, as heranças dos pais?
Afinal de contas, encontramo-la disseminada por histórias tão diferentes como a do filho revoltado de "Antes da Revolução" (1964), a do filho à procura da herança política do pai em "A Estratégia da Aranha" (1970), ou ainda, claro, a dos filhos errantes nas paisagens urbanas de Maio 68 evocadas em "Os Sonhadores" (2003).
"Eu e Tu" demorou algum tempo a chegar às salas portuguesas (foi um dos grandes acontecimentos de Cannes/2012, extra-competição), mas ainda bem que chegou. Estamos, de facto, perante um objecto fundamental no interior dessa lógica filial do cinema de Bertolucci, contando a história insólita do diálogo secreto de Lorenzo (Jacopo Olmo Antinori) com a sua meia irmã Olivia (Tea Falco), por assim dizer tentando preencher a ausência dos adultos.
O insólito da história está próximo do fait divers. Isto porque tudo começa com a bizarra fuga de Lorenzo: diz aos pais que parte para uma excursão escolar a uma estação de esqui mas, de facto, sai de casa para se instalar na... cave do seu próprio prédio. Dir-se-ia que alguns (anti-)heróis de Bertolucci são, assim, arquitectos de mundos a tender para o incomensurável da utopia; Lorenzo parece tocado pelo mesmo desejo, mas enquista-se no segredo do seu espaço familiar.
Não estamos, obviamente, perante um filme de peripécias mais ou menos "agitadas", explorando o vazio gerado pela ausência de argumento ou pelo excesso de efeitos especiais... Nada disso. "Eu e Tu" enfrenta uma questão transversal dos nossos dias: o mútuo desconhecimento das gerações, ou melhor, a penosa desagregação das certezas do espaço clássico da família (ou do espaço da família clássica).
Bertolucci sabe filmar as convulsões de tudo isso, não recusando os ecos simbólicos da sua história, mas também evitando quaisquer generalizações simplistas: Lorenzo e Olivia são seres únicos e irredutíveis, não meras marionetas para fazer passar uma "tese" edificante. Veja-se, por isso, a violência gratuita dos retratos juvenis que proliferam em "Morangos com Açúcar" e seus derivados... "Eu e Tu" é um filme feito também contra esse tratamento gratuito da juventude — a intensidade das suas emoções envolve também um sentido eminentemente político da responsabilidade social do cinema.
 
         
        
        
         
               
               
                    
                    


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