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ISTO NÃO É UM FILME de Mojtaba MIRTAHMASB, Jafar PANAHI
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Sinopse
Preso pela primeira vez em Julho de 2009, Jafar Panahi teve o passaporte apreendido e foi proibido de sair do Irão. Preso novamente em Março de 2010, ficou encarcerado na prisão de Evin, em Teerão, até finais de Maio, saindo sob uma fiança de 145 mil euros; em Dezembro desse mesmo ano, foi condenado a seis anos de prisão e vinte anos de proibição de filmar e de sair do país. Agora, a aguardar, em prisão domiciliária, o veredicto ao recurso interposto pelo seu advogado, Panahi e outro cineasta iraniano, Mojtaba Mirtahmasb, decidem "contar" um filme. Assim, usando um tapete como maqueta, Panahi desenha um cenário imaginário construindo um filme onde demonstra o poder do cinema contra a repressão e liberdade de expressão, seja no Irão ou em qualquer outra parte do mundo.
Nota do Realizador
Devido às restrições do realizador, este filme, em competição em Cannes 2011, chegou numa "pen" USB escondida dentro de um bolo. Jafar Panahi foi também homenageado na última edição da Berlinale, onde foram exibidos todos os seus filmes. Uma vez que não lhe foi possibilitada a deslocação a Berlim, como também não tinha sido em Cannes, a sua cadeira de júri foi mais uma vez deixada vazia como manifestação de pesar.
Ficha Técnica
Título original:In Film Nist (Irão, 2011, 74 min.)
Realização: Mojtaba Mirtahmasb, Jafar Panahi
Argumento, Produção, Interpretação e Montagem: Jafar Panahi
Estreia:2 de Novembro de 2011
Distribuição:Alambique
Classificação: M/12
Críticas
O filme solitário de Jafar Panahi
João Lopes, Cinemax, 4 de Novembro de 2011
Condenado pelos tribunais do Irão, Jafar Panahi ressurge com um filme de título insólito: "Isto Não É um Filme". Ou como a defesa da liberdade de expressão está na ordem no dia.
A passagem de "Isto Não É um Filme" no último Festival de Cannes teve tanto de perplexidade como de emoção: condenado a seis anos de prisão (e a vinte de interdição de filmar), o cineasta iraniano Jafar Panahi filmava-se na sua própria casa, em Teerão, na expectativa de desenvolvimento de um processo nos tribunais que, escusado será dizê-lo, alterou por completo a sua existência.
Distinguido com o Leão de Ouro de Veneza/2000, com o filme "O Círculo", Panahi propõe-se, assim, deixar a marca de alguém que não desiste da sua vontade de criação e do desejo de continuar a olhar o mundo à sua volta. Com a colaboração do seu amigo Mojbata Mirtahmasb, Panahi filma a própria impossibilidade de sair à rua, explorando até ao limite a possibilidade de a sua casa funcionar como uma câmara de eco da sua situação.
"Isto Não É um Filme" funciona, assim, como uma espécie de desafio aos limites do próprio olhar documental: por um lado, dá-nos a ver um homem no seu quotidiano, na solidão de sua casa, usando telemóvel e Internet para manter os laços com o exterior; por outro lado, elabora um retrato que tem tanto de tocante e humano como de simbólico e, enfim, eminentemente político.
Apoiado pela comunidade cinematográfica internacional, em especial dos dois lados do Atlântico, Panahi é, hoje em dia, mais do que um notável cineasta: é também uma bandeira viva da defesa dos direitos humanos e da liberdade de expressão. A estreia de "Isto Não É um Filme" constitui, por isso, um acontecimento fundamental no mercado português (completado pelo lançamento de um dos seus filmes de ficção, "Fora de Jogo", datado de 2006).
